Resumo
Introdução: podem-se utilizar diferentes escores para avaliar a gravidade da bronquiolite. No Uruguai, utilizou -se a escala modificada de Tal. Apesar de seu uso generalizado, não há dados sobre sua validade como teste diagnóstico.
Objetivo: validar a escala clínica de Tal modificada em crianças com menos de 24 meses de idade internados com bronquiolite.
Material e métodos: estudo transversal realizado com crianças menores de 24 meses internadas internadas em dois centros de saúde com primeiro episódio de bronquiolite. Foi realizado em duas etapas: 1) Piloto, junho-julho de 2016, para homogeneizar critérios e analisar concordância (N = 28); 2) Validação, junho a julho de 2017 (N = 110). A reprodutibilidade foi medida com confiabilidade pelo coeficiente alfa de Cronbach. Considerou-se significativo p <0,05. A validade foi avaliada por meio de a aparência lógica da escala.
Resultados: a correlação interobservador para a escala global foi de 0,97 (p <0,01). As correlações interobservadores para cada item foram: freqüência respiratória 0,88; sibilância 0,79; Saturação de oxigênio 0,97 e retrações 0,93 (p <0,01). O coeficiente alfa de Cronbach para toda a escala foi de 0,35. Ao eliminar um item de cada vez, o coeficiente foi: sem frequência respiratória de 0,35; sem chiado 0,36; sem saturação de oxigênio 0,33 e sem retrações 0,07.
Discussão-conclusões: observamos alta confiabilidade interobservador. Isso reforça a necessidade de treinamento prévio e a importância da expertise na aplicação de instrumentos com vários componentes clínicos. A confiabilidade da escala de Tal modificada é baixa e o grau de correlação entre os seus diferentes itens foi inadequada. É necessário analisar os resultados criticamente para a tomada de decisão.

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