Resumo
Introdução: a literatura descreve um aumento a nível global na prescrição de macrolídeos para crianças e adolescentes, o que tem aumentado o risco de surgimento de cepas resistentes.
Objetivo: caracterizar o uso de macrolídeos em crianças de 1 mês a 14 anos de idade internadas nas unidades de terapia moderada e intensiva do Centro Hospitalar Pediátrico Pereira Rossell (HP-CHPR).
Metodologia: estudo transversal descritivo de crianças hospitalizadas tratadas com macrolídeos no HP-CHPR em 2018. Variáveis: tipo de macrolídeo, duração do tratamento, estudos e achados microbiológicos e diagnóstico no momento da alta.
Resultados: 334 crianças receberam macrolídeos, idade mediana de 13 meses, 58,4% do sexo masculino. 71,0% internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A Claritromicina foi prescrita principalmente em 72,8% dos casos, nos últimos dois trimestres do ano (77,5%), devido a doença respiratória (94%): bronquiolite (23,3%), infecção aguda não especificada do trato respiratório inferior (21,9%) e crise de asma (19,1%). O tratamento médio incluiu Azitromicina e Claritromicina por 5 e 8 dias, respectivamente. Estudos microbiológicos foram realizados em 96,1% dos casos e 58,3% não evidenciaram a presença de microrganismos.
Conclusões: destaca-se o uso de macrolídeos, principalmente em UTIs, e devido a patologias respiratórias. Os principais problemas identificados foram as prescrições feitas fora das atuais recomendações nacionais e a baixa confirmação microbiológica para sua utilização, o que sugere que é essencial definir estratégias para promover uma utilização mais racional destes antibióticos.