Evolução da síndrome nefrótica idiopática da criança
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Palavras-chave

Síndrome nefrótica; Criança

Como Citar

Halty, M., Caggiani, M., Cocchi, V., Noria, A., & Giachetto, G. (2020). Evolução da síndrome nefrótica idiopática da criança. Archivos De Pediatría Del Uruguay, 91(6), 359–369. Recuperado de https://adp.sup.org.uy/index.php/adp/article/view/161

Resumo

Introdução: a síndrome nefrótica idiopática (SNI) é a glomerulopatia mais comum em pediatria. O objetivo do estudo é estimar a incidência em pacientes usuários da assistência pública e descrever a resposta ao tratamento, as características evolutivas e as complicações.

Métodos: realizou-se um estudo descritivo de uma coorte histórica de pacientes menores de 15 anos de idade atendidos na Policlínica Nefrológica do Centro Hospitalar Pereira Rossell com SNI entre 01/01/2009 - 31/12/2013, controlados até 31/12 / 2015, usuários dos Serviços de Saúde do Estado (ASSE). Estimou-se a incidência anual em pacientes de ASSE menores de 15 anos de idade, segundo dados do relatório do Sistema Nacional de Dados (SINADI) do Ministério da Saúde Pública. Se registraram a idade, sexo, altura, índice de massa corporal, resposta ao tratamento inicial e evolução dos pacientes com seguimento >12 meses.

Resultado: foram incluídos 42 pacientes com relação sexo masculino/feminino 2,2/1; a incidência anual de SNI na população ASSE foi de 3,05/100.000 crianças menores de 15 anos de idade. 34 eram córtico-sensíveis (CS) e 8 córtico-resistentes (CR). A idade média do começo da doença foi de 5 anos no CS e 2 anos e 10 meses no CR. A evolução foi analisada nos 33 pacientes controlados por um período de tempo >12 meses, com seguimento médio de 4 anos ± 1 ano 9 meses; nessas crianças, a frequência de SC foi de 78,7% (n = 26) e de RC de 21,3% (n = 7). No CS, havia 10 (38,6%) corticodependentes/recidivas frequentes (CD), 8 tiveram recidivas esporádicas e 8 não tiveram recidiva. Dentre as CDs, 5 receberam ciclofosfamida, numa criança a prednisona foi suspensa aos 3 meses, em 2 delas a dose foi diminuída e as outras 2 não responderam, uma delas obteve remissão sustentada com ciclosporina. Dos 7 casos de CRs, 4 tiveram remissão inicial com ciclosporina, 1 remissão parcial e 2 foram resistentes; 3 receberam micofenolato de mofetil, 2 não responderam e 1 teve remissão parcial. A biópsia em todos os CRs mostrou hialinose focal e segmentar. O estudo genético para NPHS2 e WT1 realizado em 4 pacientes foi negativo. Ao final do acompanhamento, todos os pacientes com SC estavam em remissão, 16/26 sem tratamento. Entre os CRs, 2 estavam em remissão com ciclosporina, 4 mantinham a proteinúria nefrótica (um deles com queda na taxa de filtração glomerular de 60 ml/min/1,73 m2 sc) e outro estava em diálise crônica. Complicações infecciosas graves ocorreram em 5 pacientes com RC e 2 com SC. Um paciente com DC e um com RC desenvolveram hipertensão arterial crônica. Em DC e RC, foi observada diferença significativa no escore Z do IMC e da estatura entre o início e o final do seguimento.

Conclusões: a incidência calculada corresponde apenas ao setor da assistência pública de nosso país, não reflete a incidência global em nível nacional, sendo comparável a outras séries. A evolução dos pacientes com SC e RC também foi semelhante às descritas. O crescimento das crianças expostas ao tratamento com corticosteróides a longo prazo se afetou. Esses pacientes devem receber tratamento individualizado de acordo com as recomendações atuais para obter os melhores resultados.

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