Resumo
Introdução: os acessos vasculares constituem uma ferramenta indispensável para a assistência das crianças na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP). A infecção relacionada ao uso de cateteres venosos centrais (CVC) constitui a principal causa de infecção intra-hospitalar na UCIP. A imagem infravermelha na parte da unidade tem potencial para o apoio semiológico quando existe presunção de infecção relacionada ao CVC, visto que é um método não invasivo, não gera efeitos adversos, não requer sedação, não requer mobilização crítica do paciente e não gera radiação ionizante. Tem alta sensibilidade e especificidade para fornecer informações sobre o nível de metabolismo, perfusão e inflamação de uma região de interesse.
Metodologia: foi utilizado o sensor de alta resolução FLIR E75 (FLIR Systems AB, Taby, Suecia), com sensibilidade térmica de 0,03°C, resolução IR de 307.200 pixels. A emissão da pele foi configurada em 0,98. Foi realizada a medição dos deltas de T°C médio e máximo (ΔTmédia ΔTmáx) Neste paper descrevemos 2 casos clínicos de pacientes nos quais se utilizou a imagem infravermelha no acompanhamento de 2 infecções confirmadas vinculadas ao uso de CVC onde foram constatados nos casos descritos assimetrias e disfunções térmicas alteradas com ΔTmédia maior que 1°C. Em sua vez, ambos os casos apresentaram ΔTmáx. maiores a 2,0°C.
Conclusões: o uso da imagem infravermelha pode ser promovido como uma ferramenta semiológica para o acompanhamento do CVC durante a estadia na UCIP.
Referências
Muñoz J, Roselló P. Canalización de vías venosas centrales. An Pediatr Contin 2005; 3(2):109-13.
New K, Webster J, Marsh N, Hewer B. Intravascular device use, management, documentation and complications: a point prevalence survey. Aust Health Rev 2014; 38(3):345-9. doi: 10.1071/AH13111.
Sociedad Española de Medicina Intensiva Crítica y Unidades Coronarias. Guía de práctica clínica sobre el uso de catéteres venosos centrales de inserción periférica (PICC) en el paciente crítico. Madrid: SEMICYUC, 2021.
Cantirán K, Telechea H, Menchaca A. Incidencia de bacteriemia asociada al uso de accesos venosos centrales en cuidados intensivos de niños. Arch Pediatr Urug 2019; 90(2):57-62. doi: 10.31134/ap.90.2.2.
Sanchez J. Protocolo de infección relacionada con el catéter venoso central. Madrid: SECIP, 2020. Disponible en: https://www.secip.info/images/uploads/2020/07/Infección-asociada-a-CVC.pdf. (Consulta: 10 marzo 2024).
Ammer K. The Glamorgan protocol for recording and evaluation of thermal images of the human body. Thermol Int 2008; 18(4):125-9.
Gatt A, Formosa C, Cassar K, Camilleri K, De Raffaele C, Mizzi A, et al. Thermographic patterns of the upper and lower limbs: baseline data. Int J Vasc Med 2015; 2015:831369. doi: 10.1155/2015/831369.
Devito K, Americano J. Can infrared thermography replace other methods for evaluating the presence and intensity of neurogenic and musculoskeletal orofacial pain in adult patients? A systematic review. Inplasy Protocol 2023: 202330091. doi: 10.37766/inplasy2023.3.0091.
Howell K, Smith R. Guidelines for specifying and testing a thermal camera for medical applications. Thermol Int 2009; 19:5-12.
Machado S, Tortorella M, Medeiros C, Negrin A. Uso da imagem infravermelha em caso de envenenamento de uma criança picada por Bothrops Pubescens (Cope, 1870) no Uruguay. Pan Am J Med Thermol 2023; 10:e2023005. doi: 10.18073/pajmt.2023.10.005.
Fernández I, Marins J, Lastras J, Carmona P, Cano S, García MÁ, et al. Classification of factors influencing the use of infrared thermography in humans: a review. Infrared Phys Technol 2015; 71:28-55. doi: 10.1016/j.infrared.2015.02.007.
Lahiri A. Medical applications of infrared thermography: a review. Infrared Phys Technol. 2012;55(4):221-35.
Ramirez J, Bartlett R, Arriaga J, Fraser R, Saiko G. Infrared thermography in wound care, surgery, and sports medicine: a review. Front Physiol 2022; 13:838528. doi: 10.3389/fphys.2022.838528.
Silvah J, Lima C, Unamuno M, Schetino M, Schetino L, Fassini P, et al. Body surface infrared thermometry in patients with central venous cateter-related infections. Einstein (Sao Paulo) 2015; 13(3):364-9. doi: 10.1590/S1679-45082015AO3397.
Benavent O, Benavente N, Priego J, Galindo C, Cibrián R, Salvador R, et al. Application of infrared thermography in diagnosing peripherally inserted central venous catheter infections in children with cancer. Physiol Meas 2019; 40(4):044002. doi: 10.1088/1361-6579/ab031a.
Kacmaz S, Ercelebi E, Zengin S, Cindoruk S. The use of infrared thermal imaging in the diagnosis of deep vein thrombosis. Infrared Phys Technol 2017; 86:120-9. doi: 10.1016/j.infrared.2017.09.005.
International Academy of Clinical Thermology. International Academy of Clinical Thermology Medical Infrared Imaging Standards and Guidelines. Redwood City, CA: IACT, 2018. doi: 10.13140/RG.2.2.28341.78562.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Archivos de Pediatría del Uruguay